quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Crise econômica foi boa para o planeta

SÃO PAULO – De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a crise financeira que começou no ano passado teve impactos positivos para o planeta.

Se por um lado a redução de gastos de grandes empresas e o corte nas produções em diversos setores gerou desemprego, por outro acabou reduzindo também as emissões de gases causadores do efeito estufa.

No setor de energia, os investimentos em tecnologias poluentes diminuíram, e as emissões de CO2 podem cair até 3% até o fim do ano.

Os dados foram divulgados em uma prévia do World Energy Outlook (WEO) 2009, documento que mapeia as transformações mundiais no setor de energia.

A IEA afirma que a reviravolta econômica foi uma oportunidade para por o sistema de energia do mundo em uma trajetória rumo à estabilização das emissões de gases causadores do efeito estufa. Para se ter uma ideia, caso mais nenhuma medida contra o aquecimento seja tomada, essa queda de 3% representaria, em 2020, uma redução de 5% das emissões previstas.

O cenário ideal proposto pela IEA para as próximas décadas prevê a emissão de 450 partes por milhão de gases CO2 ou equivalentes. Neste contexto, as emissões em 2020 estariam apenas 6% maiores que em 2007, e o planeta teria se aquecido apenas 2º C.

Essa projeção seria um caminho para que, a partir daí, se entre em um ciclo de crescimento sustentável, em um futuro de energias limpas – mas isso somente seria possível com grandes investimentos.

Para atingir essa meta, serão necessários 10 trilhões de dólares investidos entre 2010 e 2030 no setor de energia. No entanto, a economia de energia na indústria, transporte e construção resultante dessas novas políticas deve poupar 8,6 trilhões de dólares entre hoje e 2030.

Mas a IEA faz um alerta: cada ano de atraso no projeto aumenta a necessidade de investimento em 500 bilhões de dólares.

O WEO-2009 estabelece as transformações de energia que países como Estados Unidos, Japão, União Européia, Rússia, China e Índia terão que fazer, setor a setor, se o mundo fosse adotar a medida de 450ppm.

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